Para Pensar!

"Em missão"


Olha o horizonte, amigo

E vê o mundo que passa.

Todos esperam por ti,

Por esse dão, por essa graça.


Tens em ti o compromisso,

O testemunho de uma missão.

Dá um passo em frente e segue.

Vai ao encontro do irmão.


Já todos esperam por ti,

Buscam um animador.

Escuta o chamamento:

Serviço, respeito e amor.


Tens fé e formação

Conheces a realidade

E depois deste teu Curso,

Serás especialista em humanidade.


Dinamizas e orientas,

Acompanhas e escutas.

Na partilha e no diálogo,

Sabes que também educas.


Prudente e assertivo,

Sabes como incentivar.

Todos confiam em ti

Para os poderes animar.


Madalena Rubalinho

sábado, 24 de abril de 2010

Lei de bases do sistema educativo/animação sociocultural

A Lei de Bases do sistema Educativo nº 49/2005 de 30 de Agosto veio alterar o Sistema Educativo, essencialmente ao nível do ensino superior.

Âmbito e definição (art. 1º)
O sistema educativo é um conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia de uma permanente acção formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade o progresso social e a democratização da sociedade”.
Assim, o progresso social, o desenvolvimento global e a democratização da sociedade, constituem elementos chaves, onde a animação sociocultural pode efectuar a sua intervenção, com vista à melhoria das condições de todos os intervenientes no processo educativo.

De acordo com o nº4 do art. 1º, o papel da animação sociocultural pode ser relevante no desenvolvimento e divulgação da cultura portuguesa, através do trabalho em parceria com outros países, onde existam comunidades de portugueses.

Princípios gerais (art. 2º)

Todos os cidadãos portugueses têm direito à educação e à cultura, bem como à igualdade de oportunidades no “acesso e sucesso escolares”. Em Portugal, as pessoas preocupam-se com o acesso escolar, mas não com o sucesso. Neste sentido, a animação sociocultural tem a função de sensibilizar os indivíduos e grupos para a importância, não só do acesso, mas também do respectivo sucesso.
O sistema educativo tem o propósito de responder às necessidades constantes da realidade social. Desta forma, a ASC pode trabalhar o incentivo para a formação de cidadãos livres, responsáveis, autónomos e solidários, valorizando o trabalho dos cidadãos.
A educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista (...) formando cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformação progressiva”. ASC pode intervir nesta transformação, que envolve todos os cidadãos e comunidade.

Princípios Organizativos (art. 3º)

Entre outros aspectos, o sistema educativo organiza-se de forma a “desenvolver a capacidade para o trabalho (...) que permita ao indivíduo prestar o seu contributo ao progresso da sociedade em consonância com os seus interesses, capacidades e vocação”. A sociedade espera que sejamos cidadãos activos, pois cada um de nós pode ter a sua vocação. A ASC pode contribuir para a descoberta da missão que cada cidadão deve ocupar na sociedade.
A ASC também trabalha no sentido de dar o seu contributo para a realização pessoal e comunitária dos indivíduos, “não só pela formação para o sistema de ocupações socialmente úteis mas ainda pela prática e aprendizagem da utilização criativa dos tempos livres”.
Descentralizar, desconcentrar e diversificar as estruturas e acções educativas de modo a proporcionar uma correcta adaptação às realidades, um elevado sentido de participação, uma adequada inserção no meio comunitário e níveis de decisão eficientes”, espelha bem os princípios subjacentes à ASC.
Assegurar uma escolaridade de segunda oportunidade aos que dela não usufruíram na idade própria” e a todos aqueles que procuram a escola, por motivos profissionais ou de promoção cultural, devidas, designadamente, a necessidades decorrentes da evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos. A tecnologia está em constante evolução num curto espaço de tempo e fundamenta a acção da ASC.
Contribuir para a correcção das assimetrias de desenvolvimento regional e local”, promovendo a igualdade no acesso à cultura, educação e ciência.
Assegurar a igualdade de oportunidades para ambos os sexos”, tendo a ASC um papel importante na coeducação, sensibilizando, para isso, os intervenientes no processo educativo.
Contribuir para desenvolver o espírito e a prática democráticos, através da adopção de estruturas e processos participativos na definição da política educativa”. Desta forma, faz, cada vez mais sentido a participação de todos estes elementos na gestão escolar pedagógica e educativa.

Organização geral do sistema educativo (art. 4º)

O sistema educativo compreende a educação pré-escolar, a educação escolar e a educação extra-escolar”. A ASC identifica-se com a educação extra-escolar.
A educação escolar (...) integra modalidades especiais e inclui actividades de ocupação de tempos livres”, onde a ASC também se encontra integrada.
A ASC está presente num quadro que integra iniciativas múltiplas de natureza formal e não formal.

Objectivos (art. 7º e 9º)

A ASC presta um contributo relevante na prossecução dos objectivos explanados no art. nº 7 e nº 9, referentes ao ensino básico e secundário, tendo como fim último, respectivamente, contribuir para a criação de condições de promoção do sucesso escolar e educativo de todos os alunos, bem como o desenvolvimento de atitudes de reflexão metódica, de abertura de espírito, de sensibilidade e de disponibilidade e adaptação à mudança.

Ficha Filmica

Grelha de Observação e Análise de Sequências Fílmicas

Ficha Técnica

Filme: A guerra do Fogo (1981)
Realização: Jean-Jacques Annaud

Género: Fantasia – Aventura

Duração: 97 min

Origem: França - Canadá

Interpretação: Everet Mc Gill, Ron Perlman, Nicholas Kadi, Era Dawn Chong

Fotografia: Claude Agostini

Música: Philippe Sarde

Roteiro: Gérard Brach



Análise Globalizante

Exposição das ideias principais

O filme passa-se nos tempos pré-históricos, em torno da descoberta do fogo. Uma das tribos do filme vive em torno de uma fonte natural de fogo. Quando este se extingue, três membros saem em busca de uma nova chama. Depois de vários dias andando e enfrentando animais pré-históricos, eles encontram outra tribo (mais evoluída), que descobriu como fazer fogo. Para que o segredo seja revelado, eles sequestram uma mulher. A crueldade e o rude conhecimento de ambas as tribos vão sendo revelados. O filme foi elogiado por criar ambiente e personagens convincentes, por meio da maquilhagem e da linguagem primitiva.


Apresentação dos aspectos positivos / negativos

Aspectos positivos: A convivência em grupo; a descoberta do fogo; a descoberta das relações sexuais; a descoberta de ervas medicinais; socialização; coesão e progresso do grupo (progresso que seria impensável sem um esforço conjunto); criação de ambiente e personagens convincentes (por meio da maquilhagem e da linguagem primitiva).

Aspectos negativos: As tribos eram atacadas por outras espécies, por animais ferozes; não conseguiam fazer fogo; lutavam por alimentos, água, mulheres e fogo; adopção de atitudes de selvajaria.

Pertinência pedagógica: Trata-se de um filme cultural que nos dá uma perspectiva da evolução da espécie humana em várias vertentes da sua dimensão (socialização, comunicação, sexualidade).

Palavras-chave: Pré-histórico; fogo; descoberta do fogo; sobrevivente; homem Pré-Histórico; invenção; posição sexual; sobrevivente; estupro; procura; idioma inventado; canibalismo; violência; descoberta; sem diálogos; mulher grávida; caça e corpo pintado;

Análise Concentrada

O filme “A guerra do fogo” é uma narrativa que apresenta as diferenças entre dois grupos de hominídeos. O primeiro grupo, composto por integrantes que quase não se diferenciam dos macacos por não terem fala e se comunicarem por meio de gestos e grunhidos, é pouco evoluído e considera o fogo algo sobrenatural, porque não o dominam, não o compreendem, não possuem o conhecimento técnico sobre sua produção. O outro grupo é mais evoluído, possuindo uma comunicação (rudimentar, mas mais articulada que a do primeiro grupo) e hábitos mais complexos; entre estes hábitos, a capacidade de produzir fogo.

No início do filme, dois grupos de hominídeos confrontam-se e, terminada a luta, percebem que o fogo que mantinha aceso tinha-se apagado. O grupo, que acabara de perder aquela única chama que conservava, enviou três de seus membros em busca de uma nova chama, que poderia significar a busca de um novo recomeço para a vida que, de certo modo, havia sido apagada.

Iniciada a jornada em busca de fogo, os três personagens passam por algumas situações (como quando são encurralados por tigres e refugiam-se no topo de uma árvore, passando ali certo tempo alimentando-se de folhas). Seguidamente, os hominídeos deparam-se com um grupo de canibais e conhecem uma “fêmea” (mulher). Depois, conhecem o grupo do qual a fêmea faz parte. Em contacto com ela (que é de um grupo mais evoluído), aprendem coisas novas. Isso não ocorre por acaso, já que ela domina uma linguagem muito mais elaborada e até mesmo coloca o riso em prática, o que se apresenta estranho aos hominídeos menos evoluídos.

Em contacto com essa tribo, os três “caçadores de fogo” observam uma linguagem diferente da deles, construções diferentes (cabanas) das que eles usavam (cavernas), pinturas corporais e outros modos de simbologia (o ser humano é um produtor de símbolos). Os três percebem também o uso de novas ferramentas e de novas técnicas. Entre elas, a produção do fogo a partir do atrito de uma vareta de madeira com uma superfície também de madeira.

Auto-avaliação: Há muitos anos atrás erguia-se o alvorecer da Humanidade. O Homem pré-histórico sabia conservar o fogo oferecido pelos acasos da natureza, mas não criá-lo artificialmente. Nesta época cruel, o fogo assegurava a sobrevivência da espécie. As hordes organizavam-se em volta da sua força benfeitora, os que o possuíam, possuíam a vida.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Perfil do Animador sociocultural

O Animador Sociocultural é um técnico, possuidor de uma formação adequada, capaz de elaborar e/ou executar um plano de intervenção, numa comunidade, instituição ou organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educativas, desportivas, recreativas e lúdicas. O animador assume a responsabilidade de um agente de desenvolvimento.


Para desempenhar correctamente as suas funções, o animador deve ter em conta três áreas indispensáveis: o ser, o saber e o saber-fazer.

- O ser, é constituído pela sua identidade pessoal;

- O saber, refere-se aos conhecimentos que deve possuir para desempenhar convenientemente a sua tarefa formativa.

- O saber-fazer, reporta-se à metodologia que usa para dar vida ao grupo com quem trabalha, o qual é sempre o reflexo do seu ser e do seu saber.

O animador sócio – cultural é o agente que põe em funcionamento, que facilita e dá continuidade à aplicação dos processos de animação. Este dinamizador da mobilidade social está ao serviço de uma instituição pública ou privada de carácter administrativo ou associativo e de modo voluntário ou profissional, promove a intervenção sócio – cultural na comunidade em que actua. O seu trabalho técnico apoia-se na relação pessoal com os destinatários, a sua integração no grupo e o de facilitar nele os processos de coesão, vivências ou experiências e tomar posições activas sobre o meio em que se realiza a animação.”

http://revistapraticasdeanimacao.googlepages.com

Esta definição evidencia algumas das características/competências do animador sociocultural, nomeadamente, ser um agente social de mudança que facilita a intervenção do grupo, partindo deste. Actualmente, passou-se de destinatários ou grupo – alvo, a sujeitos de acção, pela condição essencial de participação dos mesmos mas em parceria com os profissionais. Só demonstra que o próprio perfil de competências tem-se alterado ao longo das últimas décadas, uma vez que, “o animador é também um membro do grupo, e tem como função não só procurar a autonomia do mesmo, como também fomentar o enriquecimento das actividades, tomando-as de qualidade e enquadrando-as em função das necessidades e aspirações de todos, de modo a que o conjunto de indivíduos envolvidos possa beneficiar da criatividade de cada um.” (TRACANA, 2006)

 Este técnico deve ser um líder democrático com uma visão de conjunto, com capacidade de tomar decisões, mediar conflitos, promover o diálogo, com o intuito de “proporcionar assessoria técnica para que o grupo ou o colectivo encontre resposta às suas necessidades e problemas, e se capacite para organizar e conduzir as suas próprias actividades” (Ander-Egg, 1999) sempre com vista à liberdade, autonomia e num contexto de reciprocidade.

Toda esta capacidade inerente ao processo interventivo exige formação ao longo da vida. Porque não é fácil ser objectivo, compreender os outros e o seu mundo interior e conjugar interesses. É importante a revisão de conhecimentos e aquisição de novas experiências como forma de estimular a sua criatividade. É fundamental a auto e hetero – avaliação, para que o animador aprenda com os erros e cresça pessoal e profissionalmente com as experiências positivas e negativas.

 Como refere FERREIRA (1999) "aprender a aprender não se circunscreve a uma etapa da vida, nem se limita a um determinado conteúdo ou espaço. Aprendemos em todas as circunstâncias, em todas as idades, em todos os locais e com todas as pessoas que tenham a capacidade de comunicar uma mensagem ou de exercer alguma influência sobre nós: família, amigos, vizinhos, colegas…Aprende-se vivendo e vive-se aprendendo.

No entanto, uma das melhores “armas” do animador é a capacidade de improvisação. O facto de não desistir, lutar e procurar soluções para as adversidades quotidianas, cooptada ao conhecimento técnico, é uma das formas mais eficazes de ultrapassar os problemas e ajudar os sujeitos. Desde que as estratégias não ponham em causa os princípios éticos e estejam sempre associadas aos valores humanos.

Nesta perspectiva animador, necessita de conhecimentos técnicos para: articular solidariedade, compromisso, responsabilidade e participação democrática; trabalhar em equipa, de forma democrática, em contextos informais; mediar conflitos e interesses individuais e comunitários; criar condições para o surgimento e renovação de grupos, através da suplantação das barreiras criadas pela simbologia da linguagem, cultura, hábitos e costumes.

Bibliografia

ANDER-EGG, Ezequiel (1999). O Léxico do Animador. Amarante: ANASC Associação Nacional de Animadores Socioculturais.

FERREIRA, Paulo (1999). Guia do Animador: Animar uma actividade de formação (3ª Edição). Lisboa: MULTINOVA - União Livreira e Cultural S.A.

TRACANA, Maria Emília (2006). A importância do Animador na Sociedade Actual. In Anim'arte: revista de animação sócio - cultural.

O que se entende por Educação?

O universo educativo pode ser dividido em três áreas: formal, não formal e informal.

A educação formal remete-nos para a existência de um currículo, é uma actividade organizada e sistemática que acontece em instituições educativas formais (escolas, universidades);

A educação não-formal é toda a actividade organizada, sistemática, que acontece fora do sistema formal;

A educação informal é um processo educativo não organizado que decorre ao longo da vida da pessoa proveniente das influências educativas da vida diária e do meio ambiente

A educação está intimamente ligada ao processo de socialização (à transmissão de valores, normas, crenças e comportamentos) e de uma forma mais restrita "o termo educação designa todo acto ou acção intencional, sistemática e metódica que o educador realiza sobre o educando para favorecer o desenvolvimento das qualidades morais, intelectuais ou físicas que toda pessoa possui em estado potencial" (Ander-Egg, 1999).

É habitual situar a ASC basicamente no sector não formal, mas assiste-se cada vez mais à permeabilização da fronteira entre estes três sectores educativos.

Trilla (1997) defende que a ASC poderá colaborar nesta tarefa de interligação das várias dimensões da educação.
Actualmente, tendo em conta a evolução do próprio conceito de educação que antes era entendido e associado estritamente aos parâmetros escolares e formais, vários autores defendem o papel da ASC nas várias vertentes da educação.
Portanto, situar a ASC apenas no sector não formal torna-se algo redutor pois os seus programas acontecem em contextos institucionais não formais (como universidades populares, centros de educação do tempo livre); em contextos educativos informais (como por exemplo em espaços urbanos abertos) e também em contextos institucionais próprios da educação formal.

O próprio conceito de educação tem sofrido mutações, não é uma tarefa exclusiva da escola, significa muito mais do que simplesmente instruir e não existe uma idade própria ou específica para se ensinar. A educação enfrenta novos desafios e exigências, assume novas responsabilidades e tarefas.


Educação/Formação Extra-Escolar

Permitir a cada indivíduo, aumentar os seus conhecimentos e desenvolver as suas potencialidades, em complemento da formação escolar ou em suprimento da sua carência,  integra-se numa perspectiva de educação/formação permanente e visa a globalidade e a continuidade da acção educativa/formativa.

Neste sentido, os vectores que suscitam maior preocupação são: a eliminação do analfabetismo literal e funcional (nas sociedades desenvolvidas, será o analfabetismo tecnológico e digital); a contribuição para a efectiva igualdade de oportunidades educativas/formativas e profissionais dos mais desfavorecidos; a promoção de atitudes de solidariedade social e de participação na vida da comunidade; a preparação para o emprego através da reconversão e do aperfeiçoamento; o desenvolvimento de aptidões tecnológicas (digitais); a ocupação dos tempos livres.

A Educação/Formação Extra-Escolar visa permitir a cada indivíduo, aumentar os seus conhecimentos e desenvolver as suas potencialidades, em complemento da formação escolar ou em suprimento da sua carência e integra-se numa perspectiva de educação/formação permanente e visa a globalidade e a continuidade da acção educativa/formativa.

Neste sentido, os vectores que suscitam maior preocupação são: a eliminação do analfabetismo literal e funcional (nas sociedades desenvolvidas, será o analfabetismo tecnológico e digital); a contribuição para a efectiva igualdade de oportunidades educativas/formativas e profissionais dos mais desfavorecidos; a promoção de atitudes de solidariedade social e de participação na vida da comunidade; a preparação para o emprego através da reconversão e do aperfeiçoamento; o desenvolvimento de aptidões tecnológicas (digitais); a ocupação dos tempos livres.

Os cursos da E/FEE distinguem-se dos cursos do ensino recorrente pela amplitude e abrangência do âmbito dos programas e conteúdos, dos processos e métodos, pelas estratégias e actividades utilizadas, que permitem uma intervenção fomentadora e geradora de desenvolvimento na comunidade.
As pessoas que frequentam os cursos da E/FEE, terão muito a ganhar em termos de reconhecimento dos saberes e competências adquiridos Estes cursos têm como finalidades: permitir a cada indivíduo aumentar os seus conhecimentos, na dupla perspectiva de conhecimento integral do homem e da sua intervenção e participação no desenvolvimento social, económico e cultural da comunidade; desenvolver a capacidade para o trabalho, numa atitude positiva face à formação/educação e às necessidades de aperfeiçoamento e de valorização pessoal e social.
Os cursos devem estar incluídos em projectos locais de educação/formação de adultos (e idosos), devidamente articulados entre si e com outras actividades (formais, não formais e informais) que os constituem.
Os programas, os objectivos e a áreas curriculares de cada curso, devem ser estabelecidas em função de um diagnóstico prévio com o grupo de formandos/educandos tendo sempre em atenção a heterogeneidade e as necessidades educativas/formativas dos participantes e os problemas das comunidades em que se inserem, concorrendo para o desenvolvimento integrado e sustentado das populações, onde os participantes destes cursos se sintam o motor de desenvolvimento e não de objecto dos mesmos.

Importância da Formação em Animação Sociocultural

No decorrer do exercício da minha actividade profissional com a população idosa no Centro de Dia, valência inserida no Centro Social de Lourosa, tenho desempenhado funções de apoio à área de Animação sociocultural, realçando que, durante um longo período, a Instituição não tinha Técnico de Animação sociocultural.
Logo no início observei, que os idosos, por si só, passavam o seu tempo sentados, inactivos, apresentando um ar triste e melancólico. No entanto, no decorrer das minhas tarefas, eu tinha o hábito de me abeirar deles, para melhor os conhecer e entender a forma como eles gostariam de ocupar o seu tempo, no período em que se encontravam no Centro de Dia. Estes cidadãos estabeleciam diálogo comigo, gostavam de falar sobre a sua história de vida e sentiam-se imensamente felizes ao serem ouvidos com atenção e interesse.
De acordo com os contactos que ia mantendo com aqueles cidadãos, percebi, que eles (alguns com alguma dependência física e mental) encontravam-se no Centro de dia, porque viviam sozinhos nas suas casas. Uns porque não tinham família, outros tinham filhos mas exerciam actividade profissional, pelo que, durante as horas normais de trabalho não estavam em casa, não possuindo, assim, condições para prestar os cuidados de apoio social, de que os mesmos careciam.
A solidão era de facto, uns dos principais motivos da sua estadia no Centro de Dia. A par desta situação e, tendo em consideração as limitações de fragilidade física e psicossocial, bem como a rotina monótona, a que os mesmos poderiam estar sujeitos na Instituição, eu elaborei e incentivei o desenvolvimento de diversas actividades, que iam ao encontro dos seus desejos (Jogos tradicionais diversos, leitura dos temas principais dos jornais diários e revistas “cor-de-rosa”, conversas livres, pequenas caminhadas ao ar livre e outros movimentos físicos, passeios, festas, convívios, danças e cantares, promoção e participação em concursos, trabalhos de destreza manual).
A maioria dos frequentadores do Centro de Dia, de acordo com as suas potencialidades, participavam nas actividades, com empenho, entusiasmo, interesse e alegria.
A Direcção da Instituição, reconhecia o meu trabalho, referia que eu tinha uma apetência especial para trabalhar com a população idosa, dirigindo-me a observação de que só me faltava o “diploma”.
Nesta sequência, eu vinha sentindo a necessidade de adquirir bases teóricas que sustentassem o trabalho, que vinha desenvolvendo, pois eu gostava bastante de lidar e trabalhar com esta faixa etária da população, gosto que era recíproco.
Assim, iniciei e desenvolvi o meu percurso académico no ensino superior, no curso de Animação sociocultural.
Ao longo deste percurso fui percebendo que a experiência profissional, que me tinha ajudado a desenvolver a minha actividade profissional era uma aquisição valiosa, mas, de todo, insuficiente, se queremos desenvolver um trabalho tecnicamente sustentado.
O que fui aprendendo ao longo deste percurso escolar (aquisição de bases teóricas, que incluem a importância da realização dos trabalhos sustentados em estudos de vários teóricos) em muito tem contribuído, para a minha compreensão sobre a problemática do envelhecimento. Perante a minha profissão, esta situação permitiu que eu adquirisse uma nova postura e um olhar um diferente, com capacidade de crítica reflexiva e construtiva.
A este propósito realço a importância que teve para mim, o trabalho que elaborei sobre a velhice e a solidão retratadas no filme “As confissões de Schmidt”, de Alexander Payne.
Fazendo uma sucinta Sinopse do filme, Schmidt acaba de se aposentar de uma firma de seguros, especialista em estatísticas, na cidade de Omaha, Nebraska e vê-se diante de várias encruzilhadas, todas ao mesmo tempo. Ao aposentar-se, ele sente-se completamente perdido. Além disso, sua única filha quer casar com um sujeito que ele considera “simplório” e a sua mulher morre de repente após 42 anos de casamento.
Sem trabalho, sem esposa e sem família, Warren Schmidt sente-se desesperado para encontrar algo que dê sentido à sua vida. Ele parte numa jornada de auto descoberta, investigando suas raízes através do estado do Nebraska, no trailer como havia planeado viajar pelo país com a sua falecida esposa.
Seu destino final consistiu em tentar desesperadamente transpor a barreira que se criou entre ele e sua filha.
Schmidt precisa olhar para a sua própria vida e lidar com a velhice e sua solidão.
Neste filme, a velhice é desnudada e apresentada cruamente, sem eufemismo: pêlos nas orelhas, rugas ao redor dos olhos e a solidão de sentir que a sua vida está acabando, sem que Schmidt tenha feito algo realmente importante, que o faça imortal de alguma maneira.
Em suas reflexões e descobertas, Schmidt lamenta ao constatar que quando ele morrer, e as pessoas que o tiverem conhecido também tiverem morrido, será como se ele nunca tivesse existido, pelo que deixa transparecer o slogan do tipo “dê valor a uma pessoa enquanto você a tem por perto”.
Falar do envelhecimento, da solidão e da morte com verdade, é a proposta do filme.


Reflexão Crítica - Reforma e Isolamento Social
A reforma normalmente tem tendência a favorecer o isolamento social, inactividade e a depressão pela retirada do mundo do trabalho, que independentemente da vontade de cada um, pode gerar no indivíduo falta de importância, de utilidade e de auto-estima, sobretudo numa sociedade em que o indivíduo está ligado ao trabalho e à rentabilidade.
Há autores que chegam a afirmar que a sociedade estimula a consciência do envelhecimento. Como se não bastasse, ocorre num ponto em que a capacidade adaptativa está mais limitada.
Por outro lado, a imposição da reforma sem alternativa de ocupação útil, uma vez que não sendo devidamente preparada, leva frequentemente à inactividade, que, por sua vez, gera o sentido funcional da dependência: «incapaz não necessariamente pelo estado das suas faculdades, mas porque lhe foi retirada a legitimidade social para o fazer» (Pereira, 2008).
- É neste sentido que a reforma favorece o isolamento social, a inactividade e a depressão, pela retirada do mundo do trabalho, independentemente da sua vontade, gera no indivíduo falta de importância, de utilidade e de auto estima, sobretudo numa sociedade em que se valoriza a pessoa ligada ao trabalho e à rentabilidade. Mas a adaptação ao envelhecimento nem sempre se faz da mesma maneira.
Como a esperança média de vida tem vindo a aumentar, pretende-se que as pessoas mantenham uma qualidade de vida razoável à medida que a idade avança. É provavelmente este aspecto que diferencia a velhice bem sucedida de outra mal sucedida.
Esta ideia pode ser apresentada esquematicamente, de forma a se poder reflectir melhor sobre esta questão:

Quadro 1- O ciclo de vida negativo: ciclo vicioso de doença no idoso

- Alguns idosos acomodam-se, tornando-se dependentes e passivos e não fazem nada para alterar as coisas.


Quadro 2 - O ciclo de vida positivo

- Alguns idosos aceitam as perdas próprias da 3ª idade, mas consideram também os ganhos e as actividades compensatórias;
- Alguns idosos realizam o máximo de actividades, no sentido de recusar o envelhecimento;

É óbvio que não podemos generalizar este encadeamento pelo historial do indivíduo e pelo meio sociocultural. Os idosos que consideram a velhice como fenómeno que dá sentido à vida, são felizes e implicam-se mais no meio e na sociedade, o que passa pelo reconhecimento de aspectos positivos (tais como sistema de valores estável).
Tal não significa escamotear que é um facto que o envelhecimento pode acarretar situações de solidão e dependência, mesmo em pessoas que têm uma atitude positiva em relação à vida.
- A dimensão psicológica (carácter geral): a intervenção com as pessoas idosas permite níveis maiores de auto-conceito e auto-estima, bem-estar, realismo perante o apreço das próprias competências, maior estabilidade emocional e diminuição da ansiedade.
Finalmente, no âmbito das perspectivas que mais nos interessa, encontra-se o nível social: a participação na vida comunitária é importante em todos os momentos, mas, particularmente para a pessoa, que chega à idade da reforma e se mantenha activa (através de múltiplas actividades, entre as quais, as educativas, a que nos referiremos posteriormente).
Esta participação é uma referência importante porque permite, entre outros aspectos, novas relações sociais, redes de contacto (associativismo e voluntariado), melhor conhecimento de si próprio e superação da invalidez devido ao contexto da reforma, criação de compromissos e participação no desenvolvimento comunitário ao gerar laços de aproximação na comunidade em que vive.

A Animação Sociocultural como uma área de Intervenção
A animação, a cidadania e a participação constituem a tríade básica da pessoa humana com anima e com animus, digna do ser humano que sente, que tem talento, que interage e se relaciona com os outros, procurando dinâmicas e processos de reflexão – acção rumo ao auto – desenvolvimento” (Peres e Lopes, 2006). Segundo os autores, a animação sociocultural emerge como uma forma de acção numa sociedade que exige cidadãos com cidadania. Isto implica uma participação comprometida com o desenvolvimento e a autonomia do ser humano na comunidade. Os autores referidos salientam que a animação, cidadania e participação devem ser entendidas como práticas transversais à vida da pessoa humana e aos seus sonhos, em direcção a uma sociedade mais justa e solidária.
De acordo com Peres e Lopes (2006), no âmbito da animação sociocultural, é preciso ter presente alguns dos seus contributos, nomeadamente a democracia e a educação popular, que a par de outros elementos estruturantes, constituem modos de vida que implicam passar do ver ao envolver, da passividade à acção, da delegação à participação, ou seja, torna-se imprescindível passar de espectador a actor com responsabilidade ética e política, pois não há animação sem participação. Trata-se de uma participação social que promove o ser humano como actor comprometido, valorizando a cultura como processo de interacção humana e de diálogo intercultural.
Através da planificação e implementação de programas adequados, o Animador sociocultural presta o seu contributo, no sentido de se poder criar novas possibilidades de intervenção e que se possam prever e regular necessidades futuras. Torna-se pertinente, que os diversos “actores” a partir das suas próprias respostas, aprendam e utilizem as informações que eles mesmos geram. Assim, e, como refere Trilla (1998), “favorece-se uma maior flexibilidade e adequação às mudanças”.
Cabe aos profissionais envolvidos num programa de intervenção, entre eles o animador sociocultural, abordar a problemática em questão nas suas circunstâncias globais, que interceptam culturas diversas, valores e oportunidades que determinam comportamentos, os quais se inter-relacionam de uma forma sistémica.

A Animação Sociocultural em Centro de Dia e outras valências similares

Na sequência do que foi referido sublinhamos que “O lazer é um direito humano fundamental, tal como a educação, o trabalho e a saúde, e ninguém devia ser privado desse direito por questões de género, orientação sexual, idade, raça, religião, estado de saúde, incapacidade ou situação económica” (Carta Internacional da Educação, 1993).
Neste contexto e como refere Trilla (1998), uma das funções chave da animação sociocultural, consiste no facto das pessoas e grupos se transformarem em agentes e protagonistas do seu próprio desenvolvimento.
Segundo o mesmo autor “O que interessa nos processos de animação é gerar processos de participação, criando espaços para a comunicação dos grupos e das pessoas, tendo em vista estimular os diferentes colectivos a empreenderem processos de desenvolvimento social (resposta às suas necessidades num espaço, tempo, situações determinadas) e cultural, (construindo a sua própria identidade colectiva, criando e participando nos diferentes projectos e actividades culturais) ”.
Para que os idosos estejam satisfeitos no seu contexto, as suas competências e necessidades devem estar contempladas nas características do mesmo. “Se o contexto for muito exigente ou pouco apelativo, não há adaptação. Deste modo, o ambiente deve apresentar algum desafio, que permita ao idoso desenvolver competências. Porém, se houver demasiados desafios, a sobre-estimulação aumenta o stress e impede o funcionamento. Deste modo, os idosos devem evitar ambientes pouco estimulantes e ambientes que representem muitos desafios” (Osório et al, 1998).
A animação sociocultural (ASC) supõe uma função social na comunidade e é, ao mesmo tempo, um factor operativo para a transformação da realidade nos diferentes grupos sociais.
Nos Lares para idosos, a ASC tem a finalidade de proporcionar actividades de animação aos idosos de uma determinada população, torna-se necessário estimular o convívio e a integração através da ocupação dos tempos livres, de forma adequada e que permita “encarar a velhice como uma etapa de plenitude e realização pessoal” (Osório et al, 1998).
Para esse efeito, os programas de ASC devem ser muito diferentes e adaptados às situações do grupo e respectivas necessidades, pelo que os Animadores socioculturais devem de ser um recurso integral dentro do conjunto dos Técnicos sociais de que os Lares para idosos e seus clientes devem dispor.
A ASC para idosos deve incentivar as boas relações entre os residentes, familiares e pessoal do Lar, intervindo profissionalmente, quando se detectam conflitos; desenvolver os contactos pessoais das pessoas idosas com o exterior do Lar; manter a boa imagem na aparência física dos residentes; estimular os contactos com a família e amigos ou próximos de cada pessoa; estimular o exercício dos conhecimentos e experiências dos residentes; favorecer a criatividade e a expressão corporal, mediante sessões e programas de exercício físico.
A necessidade destes programas revela-se de importância fulcral, porque a pessoa idosa permanece muito tempo desocupada, o que acaba por ser um factor gerador de tensão do idoso que reside no Lar, situação que tem repercussões ao nível da saúde e do bem-estar. “Os estados depressivos são fomentados pelo tempo vazio excessivo, que conduz ao tédio e à apatia, com perda progressiva de identidade, baixa auto-estima” (Trilla, 1998.)
Resumindo, A ASC deve gerar processos geradores de convivência, participação e desfrute do ócio e da cultura.
Neste sentido, a limitação das perspectivas de futuro, a falta de objectivos e as razões para continuar a viver uma vida digna e com sentido, exige uma intervenção rápida e adequada.
Um programa integral de animação sociocultural deve considerar diversos aspectos, nomeadamente os culturais, os psicossociais, o socioeducativo e os terapêuticos. As actividades podem ser variadas (actividades de carácter lúdico, intelectual, psicológico, físico, social; actividades de destreza manual e outro tipo de actividades).
O grande princípio básico consiste em possibilitar às pessoas idosas uma vida digna, para que continuem a aproveitar as oportunidades para o desenvolvimento pessoal e que, no ambiente institucional dos Lares, se crie uma melhor qualidade de vida.
Tendo em consideração estas referências gerais, consideramos que a ASC com as pessoas idosas tem características específicas, que podem centrar-se nas seguintes dimensões:
A dimensão intelectual que, como “ principio da actividade”, deve favorecer a prática do exercício mental, para aquisição de novos conhecimentos, o exercício das actividades cognitivas, a criatividade (literatura, arte, etc.), a autonomia pessoal em relação com as ideias, as crenças, as correntes de pensamento, entre outras.
A dimensão biológica, que deve assumir como referência geral, a manutenção da saúde física nos diferentes âmbitos, já que esta favorece a ausência de muitas limitações a que somos sujeitos com o passar dos anos, se não existir uma prevenção adequada.
A dimensão psicológica (carácter geral): a intervenção com as pessoas idosas permite níveis maiores de auto-conceito e auto-estima, bem-estar, realismo perante o apreço das próprias competências, maior estabilidade emocional e diminuição da ansiedade.
A dimensão social: participação na vida comunitária. Esta participação é uma referência importante porque permite, entre outros aspectos, novas relações sociais, que permitam gerar laços de proximidade com outras pessoas.


Podemos entender que a ASC constitui um recurso para os cidadãos, nomeadamente as pessoas idosas, desenvolverem novos interesses, novas actividades, um estimulante para a vitalidade física e mental e uma forma de ocupar o tempo disponível


 
Bibliografia

- Carta Internacional da Educação para o Lazer - Word Leisure e Recreaction Association, 1993).

- PEREIRA, J. D. L.; VIEITES, M. F.; LOPES, M. S. (Coord.) – A Animação Sciocultural e os Desafios do Século XXI. Ponte de Lima: Intervenção – Associação para a Promoção e Divulgação Cultural, 2008.

- OSÓRIO, Augustín Requejo – Animación Sociocultural en la Tercera Edad – in BERNET, Jaume Trilla (coord.), Animación Sociocultural, Barcelona, Editorial Ariel, S. A., 1998.

- PEREIRA, J. D. L.; VIEITES, M. F.; LOPES, M. S. (Coord.) – A Animação Sciocultural e os Desafios do Século XXI. Ponte de Lima: Intervenção – Associação para a Promoção e Divulgação Cultural, 2008.

- PERES, Américo N.; LOPES, Marcelino S. (Coord.)– Animação, Cidadania e Participação – Editora APAP (Associação Portuguesa de Animação e Pedagogia), Chaves, 2006.

- TRILLA, J. (Coord.) – Animação Sociocultural – Teorias, Programas e Âmbitos. Lisboa: Editorial Ariel, 1998.

Sistema Educativo Português

Educação Pré-escolar
A educação pré-escolar destina-se a crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a entrada na escolaridade obrigatória; é de frequência facultativa e é ministrada em jardins-de-infância públicos ou privados. Os jardins-de-infância públicos são gratuitos.

Escolaridade Obrigatória - Ensino Básico

O ensino básico corresponde à escolaridade obrigatória; tem a duração de nove anos, dos 6 aos 15 anos de idade, e organiza-se em três ciclos sequenciais.
No 1.º ciclo, o ensino é global e visa o desenvolvimento de competências básicas em Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio e Expressões. Com a implementação da escola a tempo inteiro, através do alargamento do horário de funcionamento para um mínimo de oito horas diárias, as escolas promovem actividades de enriquecimento curricular, nomeadamente o ensino obrigatório do Inglês, o apoio ao estudo para todos os alunos, a actividade física e desportiva, o ensino da Música e de outras expressões artísticas e de outras línguas estrangeiras.
O 1º ciclo funciona em regime de monodocência, com recurso a professores especializados em determinadas áreas.

No 2.º ciclo, o ensino está organizado por disciplinas e áreas de estudo pluridisciplinares.
No 3.º ciclo, o ensino está organizado por disciplinas. Os principais objectivos deste ciclo são o desenvolvimento de saberes e competências necessários à entrada na vida activa ou ao prosseguimento de estudos.
Os 2.º e 3.º ciclos funcionam em regime de pluridocência, com professores especializados nas diferentes áreas disciplinares ou disciplinas.
O ensino das TIC é introduzido no 8.º ano nas áreas curriculares não disciplinares, de preferência na área de projecto, e como disciplina obrigatória no 9.º ano de escolaridade.
No ensino básico é obrigatória a aprendizagem de duas línguas estrangeiras, entre Inglês, Francês, Alemão e Espanhol.
Ao longo do ensino básico os alunos são sujeitos à avaliação sumativa interna; para além disso, no final do 3.º ciclo, os alunos são submetidos à avaliação sumativa externa, através da realização de exames nacionais nas disciplinas de Português e Matemática.
Aos alunos que completam com sucesso o 3.º ciclo é atribuído o diploma do ensino básico.
O ensino público é gratuito.

Ensino Secundário

Para acederem a qualquer curso do ensino secundário os alunos devem ter concluído a escolaridade obrigatória ou possuir habilitação equivalente.

O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer para o prosseguimento de estudos quer para o mundo do trabalho. O currículo dos cursos de nível secundário tem um referencial de três anos lectivos e compreende quatro tipos de cursos:
• Cursos científico-humanísticos, vocacionados essencialmente para o prosseguimento de estudos de nível superior;
• Cursos tecnológicos, dirigidos a alunos que desejam entrar no mercado de trabalho, permitindo, igualmente, o prosseguimento de estudos em cursos tecnológicos especializados ou no ensino superior;
• Cursos artísticos especializados, visando assegurar formação artística especializada nas áreas de artes visuais, audiovisuais, dança e música, permitindo a entrada no mundo do trabalho ou o prosseguimento de estudos em cursos pós - secundários não superiores ou, ainda, no ensino superior;
• Cursos profissionais, destinados a proporcionar a entrada no mundo do trabalho, facultando também o prosseguimento de estudos em cursos pós - secundários não superiores ou no ensino superior. São organizados por módulos em diferentes áreas de formação.
Para conclusão de qualquer curso de nível secundário os alunos estão sujeitos a uma avaliação sumativa interna. Para além dessa avaliação, os alunos dos cursos científico-humanísticos são também submetidos a uma avaliação sumativa externa, através da realização de exames nacionais, em determinadas disciplinas previstas na lei.
Aos alunos que tenham completado este nível de ensino é atribuído um diploma de estudos secundários. Os cursos tecnológicos, artísticos especializados e profissionais conferem ainda um diploma de qualificação profissional de nível 3.

No ensino público, os alunos têm que pagar uma pequena propina anual.

Ensino Pós-secundário não superior
Os cursos de especialização tecnológica (CET) possibilitam percursos de formação especializada em diferentes áreas tecnológicas, permitindo a inserção no mundo do trabalho ou o prosseguimento de estudos de nível superior. A formação realizada nos CET é creditada no âmbito do curso superior em que o aluno seja admitido.
A conclusão com aproveitamento de um curso de especialização tecnológica confere um diploma de especialização tecnológica (DET) e qualificação profissional de nível 4, podendo ainda dar acesso a um certificado de aptidão profissional (CAP).

Educação e Formação de Jovens e Adultos

A educação e formação de jovens e adultos oferece uma segunda oportunidade a indivíduos que abandonaram a escola precocemente ou que estão em risco de a abandonar, bem como àqueles que não tiveram oportunidade de a frequentar quando jovens e, ainda, aos que procuram a escola por questões de natureza profissional ou valorização pessoal, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.
No sentido de proporcionar novas vias para aprender e progredir surgiu a Iniciativa "Novas Oportunidades" que define como um dos objectivos principais alargar o referencial mínimo de formação ao 12.º ano de escolaridade e cuja estratégia assenta em dois pilares fundamentais:
• Elevar a formação de base da população activa;
• Tornar o ensino profissionalizante uma opção efectiva para os jovens.
As diferentes modalidades de educação e formação de jovens e adultos permitem adquirir uma certificação escolar e/ou uma qualificação profissional, bem como o prosseguimento de estudos de nível pós-secundário não superior ou o ensino superior.

A educação e formação de jovens e adultos compreende as seguintes modalidades
• Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) adquiridas ao longo da vida, por via formal, informal e não-formal, permitindo aos alunos obter uma dupla certificação académica e profissional. A formação adquirida permite o acesso a empregos mais qualificados e melhor perspectiva de formação ao longo da vida. Este Sistema tem lugar nos Centros Novas Oportunidades, disseminados por todo o país;
• Cursos de Educação e Formação (CEF) para alunos a partir dos 15 anos;
• Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) e Formações Modulares, para alunos maiores de 18 anos;
• "Acções de curta duração S@bER +", para alunos maiores de 18 anos;
• Ensino recorrente do ensino básico e ensino secundário, para alunos maiores de 15 ou maiores de 18 anos para o ensino básico e secundário, respectivamente;
• Sistema Nacional de Aprendizagem, da responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional, para jovens a partir dos 15 anos.

Ensino Superior

O ensino superior está estruturado de acordo com os princípios de Bolonha e visa assegurar uma sólida preparação científica, cultural, artística e tecnológica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e para o desenvolvimento das capacidades de concepção, de inovação e de análise crítica.

Em Portugal organiza-se num sistema binário: o ensino universitário e o ensino politécnico, administrados por instituições do ensino superior públicas, privadas ou cooperativas.
Para se candidatarem ao acesso ao ensino superior, os alunos têm que satisfazer os seguintes requisitos: ter concluído com êxito um curso de ensino secundário superior ou uma qualificação legalmente equivalente; ter realizado os necessários exames de admissão para o curso que desejam frequentar com uma classificação mínima de 95 pontos; satisfazer os pré-requisitos exigidos (se aplicável) para o curso a que se candidatam.
O ingresso em cada instituição de ensino superior está sujeita a numerus clausus.
Alunos maiores de 23 que não possuem habilitações para o ensino superior podem aceder através de exames específicos que provem a sua capacidade para frequentar o curso a que se candidatam. Estes exames são organizados pelos respectivos estabelecimentos de ensino superior.
No ensino superior são conferidas as seguintes qualificações académicas: Primeiro grau (licenciado), grau de Mestrado (mestre) e Doutoramento (doutor).
As instituições universitárias e politécnicas conferem graus de licenciado e graus de mestre. O grau de doutor é conferido apenas pelas universidades.
Nos Institutos politécnicos, os estudos que conduzem ao grau de licenciado envolvem 6 semestres que correspondem a 180 créditos.
Nas Universidades, o ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado tem, normalmente, a duração de 6 a 8 semestres, o que corresponde a 180 ou 240 créditos.
O ciclo de estudos que conduz ao grau de Mestre dura entre 3 a 4 semestres, o que corresponde a 90 ou 120 créditos.
O grau de doutor, é atribuído a quem tenha obtido aprovação nas unidades curriculares do curso de doutoramento, quando exista, e no acto público de defesa da tese.
As instituições de ensino superior podem também ministrar o ensino pós-secundário não superior, para fins de formação profissional especializada.

As propinas são fixadas pelas instituições do ensino superior, entre um valor mínimo e máximo, de acordo com o tipo de cursos.

Para mais informações sobre o Sistema Educativo Português, consulte:

Ensino não superior: http://www.min-edu.pt/.
Ensino superior: http://www.mctes.pt.

Consulte o diagrama do Sistema Educativo Português:

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Organização do Sistema Educativo em Portugal


Legislação e Regulamentação da Educação (ME)
Constituição da República Portuguesa - Educação e Ensino
Lei de Bases do Sistema Educativo
Lei nº 46/86, de 14 de Outubro - alterada pela Lei nº 115/97, de 19 de Setembro (Parecer do CNE, 1997) e pela Lei n.º 49/2005, de 31 de Agosto.
Alargamento da escolaridade obrigatóia e universalização do pré-escolar (ME, 2009)



Organigrama do Sistema Educativo Português por níveis de Ensino

Sistema Educativa Português quanto à sua natureza pedagógica


Sistema Educativo Português quanto à sua natureza jurídica